A Tenet abrange diversas técnicas a partir da fibra. Foram 30 artistas que puderam ter a oportunidade de passarem 5 dias juntos, divertindo-se e trocando muitas informações.
Como participei de todas as edições, esta não poderia ser diferente: mas foi!
Resolvi trabalhar com livro e fios.
O papel por si só pode ser considerado têxtil, pois sua origem se dá por uma fibra vegetal.
Ao acrescentar fios coloridos, introduzi a diversidade de Paraty do período da escravatura até os dias atuais, ficando um livro sem palavras, porém de muita imaginação de quem o via e tocava, além do aroma que a obra exalava.
O processo de execução da obra envolveu a separação de todas as páginas do livro, o envelhecimento delas uma a uma, bem como uma nova encadernação manual.
As contracapas foram recriadas para caracterizar melhor o conjunto.
A capa foi aproveitada, mas endurecida com papel de seda amassado e pintado com tinta acrílica marrom. Sobre este material havia ainda uma gaze de algodão na mesma cor, dando um relevo interessante a capa e enrijecendo-a ainda mais.
Todas as palavras do livro foram retiradas , cuidadosamente, uma a uma, através de queimadura. Foi em alguns destes vãos que introduzi os fios, com diversas amarrações que nunca se repetiram.
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